Quando falamos em criar uma vela aromática de alta performance, que seja segura, exale bem e queime de forma uniforme a escolha do pavio é tão crucial quanto a qualidade da cera ou da essência.
Um pavio mal dimensionado pode:
- Formar túneis e comprometer o rendimento da vela;
- Superaquecer o vidro e causar risco de quebra;
- Gerar fuligem, chama instável e uma experiência sensorial ruim.

Por isso, neste guia, você vai aprender como dimensionar o pavio da forma mais técnica e segura possível, considerando os parâmetros defendidos por especialistas internacionais e experiências práticas em bancada.
1. Diâmetro da Vela: O Ponto de Partida
O primeiro passo é medir o diâmetro interno do recipiente em que a vela será colocada. Essa medida orienta a largura do pavio, que precisa ser compatível com a área de derretimento esperada.
🔍 Dica técnica: Use uma tabela de referência fornecida pelo fabricante do pavio ou confira com a loja física ou loja online onde você está comprando, para qual diâmetro de queima aquele pavio é indicado.
Essa é uma estimativa inicial, não uma resposta definitiva. Isso acontece porque os fabricantes muitas vezes realizam testes com blends de ceras diferentes, o que pode alterar o resultado da queima. Por isso indico sempre comprar mais de um tamanho de pavio, um maior e um menor que o indicado, ou um Kit de Pavio.

2. Ponto de Fusão da Cera: Entendendo o Combustível
A cera é o combustível da vela. Cada tipo (soja, coco, parafina, blend vegetal) tem um ponto de fusão diferente, que afeta:
- A taxa de derretimento;
- A necessidade de calor fornecido pelo pavio;
- A formação da piscina de fusão ideal (espessura de ~0,5 a 1 cm).
🌡️ Ceras mais densas e com ponto de fusão alto exigem pavios mais potentes. Já ceras de ponto de fusão mais baixo funcionam melhor com pavios mais finos ou menos agressivos.
Nesta imagem, testei três blends diferentes de cera para velas aromáticas, usando o mesmo diâmetro de recipiente e o mesmo tamanho de pavio. O resultado? Comportamentos totalmente distintos!
✨ O primeiro blend teve um ótimo desempenho e foi aprovado.
🕳️ O segundo formou um pequeno túnel no centro da vela.
🔥 Já o terceiro ficou forte demais e foi reprovado por excesso de calor.
Esses testes mostram como cada composição de cera reage de forma única à queima. Lá no meu curso Jornada dos Aromas, eu compartilho com as alunas os resultados reais dos meus testes, explico quais blends derretem mais rápido e exigem pavios menores, e quais são mais densos e pedem pavios mais fortes para evitar falhas como o túnel.

3. Essência Aromática: A Influência Invisível
A composição química das essências pode interferir bastante na combustão:
- Algumas fragrâncias são ricas em álcoois ou componentes com ponto de fulgor baixo, dificultando a queima.
- Outras são mais oleosas e densas, abafando a chama.
Por isso, um mesmo pavio pode funcionar bem com uma essência e falhar com outra, mesmo usando o mesmo pote e a mesma cera.
🧪 Testes de queima com diferentes fragrâncias são indispensáveis para garantir performance e segurança.

4. Pigmentos, Micas e Outros Aditivos: Os Inibidores Silenciosos
Corantes líquidos, Corantes em pó, micas, glitter e outros aditivos podem bloquear o fluxo de cera no pavio e alterar a oxigenação da chama, impactando negativamente a queima.
✨ Velas coloridas ou decoradas costumam precisar de pavios mais robustos para compensar essa resistência extra à combustão.

O Que aprendi com a minha experiência prática?
Não existe pavio ideal sem testes práticos;
1) Evite comprar pavios com indicações genéricas como fino, médio ou grosso.Essas classificações não seguem um padrão técnico e dificultam a repetição de resultados ou a escolha do pavio ideal para a sua vela.
🔍 Prefira pavios identificados por códigos específicos fornecidos pelos fabricantes, como: VA32, B23030, A2045 esses códigos indicam características técnicas do pavio, como espessura, tipo de trançado e material, o que facilita muito na hora de testar e padronizar sua produção.

2) A escolha do pavio deve ser baseada em critérios observáveis, como o comportamento da queima, a profundidade e uniformidade da piscina de fusão, a formação de fuligem e a estabilidade da chama ao longo do tempo.
Para isso, existem métodos de teste padronizados que garantem segurança e performance.
🔥 No meu curso Jornada dos Aromas, eu ensino na prática como aplicar esses testes de forma técnica e segura e como avaliar, com confiança, se um pavio está aprovado ou precisa ser ajustado para cada tipo de vela.

É fundamental testar diferentes combinações de pavios com a mesma vela, sempre observando um ciclo completo de queima.
⏱️ Para velas com mais de 100g, eu recomendo acompanhar ao menos 4 horas de queima contínua por ciclo.
🕯️ Em velas menores, ciclos de cerca de 2 horas são o ideal para segurança.
E o mais importante: todas as velas devem ser testadas até o final da queima!

Só assim é possível avaliar o desempenho completo do pavio, desde a formação da piscina de fusão até os comportamentos no terço final, onde costumam surgir os maiores riscos.
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Na Jornada dos Aromas, você encontra um método completo para testar pavios com segurança, entender sua cera e criar velas realmente funcionais bonitas, aromáticas e seguras.
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